Rio de Janeiro uma cidade grande
onde é quase impossível conhecer todos os vzinhos da rua que você mora. Muito
menos então conhecer todos de um bairro.
Tinha uns 5 caminhos diferentes para voltar da escola para casa e não me
lembro de ver nenhuma casa com portão aberto ou porta aberta.
Mas no dia de Cosme e Damião 27 de setembro o
bairro onde eu morava virava um lugar mágico. Várias casas estavam de portas
abertas entregando doces, eram muitas crianças na rua, era uma alegria só,
filas intermináveis para pegar sacolas de doces. E não era qualquer doce, eram
doces de qualidade muito boa.
No meu dia a dia eu não comida açúcar
branco por que naquela época minha mãe em casa tinha instituído a alimentação
macrobiótica. E por conta disso se eu comesse doce comum passava bem mal. Porém
nessa data festiva eu comia os doces ali entregue na sacola e não passava mal.
Ate às 17:00 horas quando ainda estava sol ,
você tinha entrega de doce. Lembro que as mães comentavam os lugares uma com as
outras falando aonde estava sendo entregue as sacolinhas e claro falando da
qualidade.Era um dia especial que você andava o dia todo e não sentia a perna doer, nem mesmo calor. Posso dizer que
era um dia “mágico”.
Tinha quem desse lindas festas particular
em homenagem a Cosme e Damião, era uma festa linda colorida, também recheada de
doces. Também tinham pessoas que além
dos doces davam brinquedos.
E uma regra fundamental era só
criança podia receber os brinquedos e ou as sacolinhas de doces.
Em especial lembro que o doce lá em casa não saia fácil por que não
era todos os tipos de doces que gostávamos mas isso não era problema. Após
separarmos o que gostávamos e também em termo de quantidade que era muito doce, dividíamos e lembro que
minha mãe dava doces para alguns vizinhos que só tinha adolescente em casa. Se
bem que o adolescente daquela época eram mais tranqüilos e relativamente mais
infantis em outras palavras alguns deles
entravam nas filas para ganhar doce. Mas nem sempre recebia.
Consigo sentir até o cheiro
daqueles doces todos e consigo sentir aquela energia tão boa que era naquele
dia e nos dias seguintes. Era como se fosse um êxtase coletivo.
Depois do Rio de Janeiro , morei
no Espírito Santo e atualmente moro na Bahia. No Espírito Santo não tinha nada
e na Bahia (Extremo Sul) pelo menos aqui onde eu moro também não vi nada
acontecer ontem no dia católico e nem rumores de hoje que comemora-se pela
religião Afro-Brasileira Cosme e Damião. Mas uma coisa é certa um dia quando eu
tiver filhos quero levá-los pelo menos uma vez no RJ para que eles possam viver
o momento mágico de Cosme e Damião de forma bem carioca.
Memórias de Rani Mendes Oliveira
Lima
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