Enquanto para alguns é só mais um
mês começando, pra mim é o mês de correr. Tenho apenas um mês para mudar de
casa. Ou melhor, para achar uma casa/ alugar e mudar. E lá se vai alguns planos de água a baixo, lá
se vai a Paz de espírito, lá se vai embora móveis e objetos que sempre quebram
na mudança...
Bem quando coloquei o último
livro na prateleira e “sabia” onde estava “tudo”, começa o processo de colocar
tudo na caixa, isso é muito angustiante. Um processo que comecei a fazer quando
tinha 10 anos de idade. É muito desgastante, frustrante, essa instabilidade me
consome.
Quando eu era criança a grande
mudança começou com a Escola e até adolescência foram 08 escolas. A faculdade
de Direito foi o lugar onde eu fiquei por mais tempo (05 anos direto).
A mudança de casa começou com 10
anos de idade, foi uma mudança traumática e radical. Tinha uma cachorra e foi
deixada para trás, até hoje escuto o latido dela. Minha mãe usou a cachorra
como proteção da casa e abandonou ela na casa quando nos mudamos para o ES.
Podia ter dado a cachorra mesmo que fosse para um Canil. Eu tenho pesadelo com
isso até hoje, sempre sonho com a cachorra passando fome e sede. Meus
brinquedos, entre outras coisas também ficaram para trás. E um travesseiro que chamávamos de cheiroso
minha vó jogou fora (no Rj), ninguém entraria na casa dela com algo com uma aparência
feia. Ou melhor ela não sairia do Rj com agente segurando aquele travesseiro
com aparência feia, ela não disse isso ela simplesmente jogou fora. E fomos morar na casa da minha vó onde todas
as nossas coisas cabiam em um quarto.
Outro estado, outro sotaque, na
escola todo mundo sacaneava meu sotaque carioca. O tempo passou e saímos da
casa da minha vó para uma casa de alguel, foram mais de 07 anos morando na mesma
casa. Um dia quando minha mãe viajou a trabalho toca Din Don e quem era? A minha
ex-vizinha do Rio de Janeiro fiquei tão feliz...eu perguntei sobre a minha
cachorra ela rapidamente disse levaram ela para um sítio. E mudou o assunto, eu
não sei se ela disse isso por que percebeu meu olhar triste ou se foi dito o
que realmente aconteceu. Mas se não foi verdade, foi a mentira mais doce que eu
já escutei.
Nesse meio tempo em 2006 minha mãe
e irmã foram para Bahia (trabalho, estudo). Então quando me formei em Direito, fui morar
com a minha mãe e ali teve mais uma mudança e dessa vez levei tudo para Bahia.
No primeiro ano quando eu cheguei ,elas (minha mãe e irmã) também estavam
mudando (por que a casa que elas moravam antes era pequena e não daria para
colocar tudo lá). Ficamos um ano lá, foi bom tenho muitas histórias boas, mas
no final do ano a casa foi pedida (talvez por que reclamávamos muito pela
confusão que era quando a casa de baixo foi alugada para uma empresa que
alocava lá alguns piões que quando chegavam do trabalho só sabiam beber e ouvir
som bem alto).
Com pouco tempo e muita correria
minha mãe deixou nas costas da
minha irmã achar uma casa para alugar. E eu nessa época estava trabalhando
em lugar que era longe de tudo e quando eu chegava em casa já era a noite e quando chegava
estava só o bagaço. Minha irmã achou
um apartamento muito bom grande com aparente boa estrutura. Eu quando fui lá
foi um dia antes da mudança. E quando eu encostei na parede do prédio sentir
aquela energia ruim, eu senti ódio, senti que nosso lugar não era ali. Mas
mesmo assim fazer o que, né? Não tinha mais prazo, já tinha pagado o aluguel e
teve a mudança. Para mudança contratamos pessoas sóbrias e chegaram aqui tudo
bêbado. Foi um inferno, perdermos muita coisa, muito móvel rachou e quebrou com
eles batendo nas quinas.
O lugar era (é) barulho o tempo todo
e em alto bom som, quando não era de origem da cidade era dos vizinhos. Uma vez
que a outra casa ficava num lugar calmo
e comparado a onde estamos hoje vejo que aquilo lá não era barulho. Desde que
mudamos para esse prédio passei a ter dor de cabeça diariamente. Se tinha que
estudar escolhia a madrugada, já que mesmo que tivesse gritaria e som alto era
mais baixo do que de dia.
E avançando mais no tempo ano passado (2012) no mês
de dezembro, ficamos todos no prédio sem água. Por quê? Simples, por que a dona
não pagou a parte dela. E nós tivemos um prejuízo equivalente a mais de 3 vezes
o valor do aluguel. E achando pouco no dia 22 de fevereiro recebi um documento
pedindo o ap de volta e com um prazo de um mês, isso mesmo, em Abril tenho que
estar fora daqui. No mesmo dia (22/02) eu e minha irmã saímos em busca de casas, já
olhamos muitas mas até agora não achamos uma que de todos nossos móveis e uma
que o aluguel seja pagável com nosso bolso.
Dessa vez a diferença nessa
mudança está sendo a rede social. Postamos no facebook o prazo pequeno e
pedimos ajuda. As pessoas estão indicando casas, doando caixas para
empacotarmos as coisas. Essa ajuda toda está sendo como gotas de calmante. E do
fundo do meu coração eu desejo que nessa mudança dê tudo certo realmente. Que
nós achemos nossa casa a tempo de mudar.
Bem e enquanto não me mudo vou
programando postagens para o blog não ficar parado. Mas quando eu organizar
tudo da mudança e mudar e colocarem internet na nova casa ou
apartamento,prometo fazer uma postagem contando como foi. Muita gente está se
colocando a disposição para ajudar no dia da mudança, mas será que na hora H
irão mesmo aparecer? Será casa ou apartamento? Qual será o bairro? Terei um
vizinho legal? Vou enfarar até o dia ou no dia da mudança? Será que tudo será
feito em cima do prazo para me enlouquecer? Quantos móveis serão quebrados? Quantos
móveis serão trincados? Quanto de rivotril vou ter que tomar para conseguir
dormir? Próximo capítulo da minha vida, só Deus sabe!
E há aqueles que não conhecem minha vida e
julgam ser muito fácil...
Texto de Rani MOL
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