Akane Tendo criação de Rumiko Takahashi. |
Desde Outubro comecei a postar
sobre os anos 80, uma década que marcou varias gerações. Foi muito divertido
mexer nesse baú de emoções, recordações, fotos e etc. Sim chega ao fim as
postagens dos anos 80. Mas mesmo assim, todos os dias ainda vamos falar dos anos 80 quando temos artistas como :
Madonna, U2, Rumiko Takahashi, Yuko Shimizu, Kid Abelha, Titãs, Barão Vermelho,
Legião Urbana,Cazuza e tantos outros artistas que estão presentes em nossos
dias. Mesmo aqueles artistas que partiram, permanecem com suas obras.
Orelhão dos anos 80. |
A geração que nasceu nessa década
teve que se adaptar a muita coisa em pouco tempo. Um dia tudo era feito a mão
ou a máquina de escrever (ainda que fosse a elétrica), no outro tudo passou a
rodar em torno do computador. Um dia
quando você gostava de alguém era pedido ou pedia em namoro , no outro momento o amor se resumiu
em “ficar”. Casamento virou algo raro e divorcio virou moda. Com a internet a
geração dos anos 80 teve que se adaptar as pressões da modernidade de cada
segundo ser vital em bytes. O trabalho que você poderia entregar no dia
seguinte no trabalho você pode e às vezes deve passar para o chefe de
madrugada. Para você existir deve “logar”, seja lá qual for a rede social. É
uma geração que com 20 anos passou a ser rastreado via celular, a ter pressões
que as demais antes dela já tinha
bastante tempo de vida “light” então ver tudo com graça ou com distância
, as gerações dos anos 90 para frente já nasceu na loucura da “modernidade” e
acha tudo normal.
Céu de Teixeira de Freitas, Bahia. Na manha seguinte do apagão que teve aqui em Outubro. |
Eu gosto da tecnologia tanto que
aqui estou eu blogando com vocês mas se tem algo que eu não gosto e gosto ao
mesmo tempo é que o agora é real. As pressões do agora ser agora e não sobrar
tempo de respirar direito. Isso é tão sério que cada vez mais os jovens são ansiosos em um grau tão forte
que causa problemas cardíacos. E não adianta ler livros que pregam maneiras de
como ser calmo, por que a vida não é calma, e somos cobrados o tempo todos. Por
isso é tão bom quando tem os apagões e a cidade fica silenciosamente calma, o
vento sopra, o cheiro da natureza mesmo na selva de concreto consegue aparecer.
Então sem Tv, sem internet , conseguimos relaxar e dormir ou ao menos parar um
pouco. Se bem que o ultimo apagão que teve aqui no nordeste no dia
seguinte tinha um monte de postagem de
pessoas via celular (é disso que estou falando as pessoas não param.).
Imagem do blog : http://mundofantasticojotace.blogspot.com.br/ |
E todo esse ritmo frenético ,
todas atualizações de pessoas ao redor mundo fazendo alguma coisa e você pensa
que não está fazendo nada, as pressões ,
a falta de relacionamentos com amor e não ficadas, o trabalho que nunca tem
fim, as informações que nunca param e você que tem que SER, o Homem , a
Mulher....Uma hora cansa, uma hora frustra e bate a depressão, a crise
existencial.
Por isso e por outros motivos que
talvez eu não saiba expressar é que eu sinto falta dos anos 80. Aquela época
que tínhamos tempo de reparar no colorido das roupas, na letra da música, na
época que a mãe espancava seus filhos mas ele tinha língua para
dar bom dia, boa tarde. Estou cansada das crianças de hoje que na rua só
sabem dar língua, gritar e até mesmo xingar a mãe e os adultos em sua volta. Ou Crianças que
com menos de 10 anos já tem certificados de informático que muito adulto vai
morrer tentando ter, criança que não brinca só navega. Eu costumava sentir os dias tão longo, não me
importava se estava frio ou calor, apenas um dia e sempre era novo. Mas os dias
por mais que façamos um monte de coisa ele parece rápido é como se não tivesse
24 horas. Em um dia sentimos as 4 estações, as flores aqui de casa não
sobreviveram muitas estações então poucos dias. E eu também não resisto a esse
mundo girando tão rápido, por isso às vezes eu desligo meu computador, meu
celular, ligo o som com uma música relaxante, apago todas as luzes da casa e na
varanda fico olhando para céu. Eu não
quero voltar atrás e esquecer o futuro, apenas quero viver sem desespero de
tantos bytes que o agora pode proporcionar.
Eu amo a tecnologia, a internet,
eu só não gosto da forma como às vezes olhamos a natureza em um wallpaper mas
não cuidamos daquela que existe fora dos bytes. Seja ela natureza mato, verde,
seja ela natureza humanidade, homem. Lá estou me explicando e re-explicando
coisa do mundo digital, uma vez que se 10 pessoas forem ler essa postagem podem
ter 10 idéias diferente do que eu realmente tentei passar como idéia.
Texto de Rani Mendes Oliveira
Lima.